O estresse é definido como um processo patológico resultante de uma resposta corporal a fatores externos que resultam em uma modificação de seu equilíbrio. Uma dessas modificações corporais está relacionada à pressão arterial, que pode subir quando o individuo é submetido a fatores externos, que o levam a ter medo, angústia e raiva.
Essa modificação na pressão arterial é produzida por estimulação do sistema nervoso, que produz substâncias que são liberadas pelo organismo, quando este é submetido a esses fatores externos para que possa lutar ou fugir, ou seja, tenha capacidade de reagir a esses estímulos nocivos, defendendo-se. Essas substâncias, a adrenalina e a noradrenalina, aumentam a pressão arterial de forma aguda e, quando liberadas pelo organismo com uma frequência muito alta, podem fazer com que algumas pessoas tornem-se hipertensas ao longo do tempo.
Essa hipótese do estresse crônico provocando hipertensão arterial é chamada de teoria da reatividade. Ela sugere que pessoas que apresentam uma resposta exagerada ao estresse têm um risco maior de desenvolver hipertensão arterial e doenças cardiovasculares com o passar dos anos.
Por esse motivo, na prevenção e no tratamento da hipertensão arterial uma das metas propostas por todos os profissionais de saúde é a mudança no estilo de vida, que inclui o exercício físico regular. Este tem um efeito importante na modulação do sistema nervoso e, por isso, um efeito anti-estresse, ajudando a prevenir e a tratar a hipertensão arterial.
Armando da Rocha Nogueira
Doutor em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Coordenador da Unidade de Pesquisa Clínica do HUCFF-UFRJ