Medo e insegurança. Pavor e lembranças de agressões que deixam marcas físicas e emocionais. O cotidiano nas unidades de saúde da capital baiana está causando adoecimento e receio nos profissionais que atuam nesses locais. Os relatos de violência espantam e motivaram a ação do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps) na tentativa de frear as ocorrências contra esses trabalhadores, principalmente na testagem ou na vacinação da Covid e Influenza. Os casos mais graves estão acontecendo por conta da revolta da população em relação à quantidade de testes disponibilizados pela Prefeitura ou por conta de demora de atendimento ocasionada pela grande demanda nos gripários.
Após denúncias dos trabalhadores das unidades de saúde em vários bairros, a diretoria do Sindseps inicia um calendário de ações e convocou assembleia setorial na Unidade de Saúde da Família – USF Cajazeiras 10. O ato acontecerá nesta quarta-feira (19), a partir de 08h e reunirá todos os profissionais daquela USF para cobrar providências à Prefeitura de Salvador.
Ocorrências – De acordo com os vários relatos que chegaram ao sindicato, a violência tem aumentado e se tornado ainda mais contundente. Na USF Fazenda Grande 3, um médico foi violentamente agredido por um usuário. O profissional foi agarrado pelo pescoço e houve uma tentativa frustrada de esganadura. Na USF Vila Pituaçu, uma profissional teve seu veículo subtraído por homens armados ao chegar no local de trabalho. Na USF Gal Costa e USF Canabrava, os distúrbios e ameaças acontecem diariamente por conta do insuficiente número de testes Covid disponibilizados pela Prefeitura. Na USF Doron, os servidores tiveram seus pertences roubados em um assalto nas dependências da unidade de saúde. Na última terça-feira (11), a USF Cajazeiras X foi palco de agressões contra as profissionais de Enfermagem e houve a necessidade de acionamento da Polícia Militar para garantir a segurança das trabalhadoras que estavam acuadas com medos de novas abordagens violentas. Na ocasião, uma usuária manteve uma enfermeira presa em uma das salas até que sua filha fosse vacinada.
Segundo o diretor do Sindseps, Léo Lordello, a insegurança nos postos de trabalho reflete o descaso da Prefeitura de Salvador com a população. De acordo com o sindicalista, a situação tem se tornado insustentável e poderá motivar uma paralisação dos serviços nesses locais, caso essas práticas continuem acontecendo. “Temos notificado a cada caso que tomamos conhecimento e a Prefeitura continua inerte. Estamos atuando na linha de frente do combate ao coronavírus, na vacinação da Influenza e principalmente da Covid para adultos e crianças. A testagem do Covid e o atendimento nos gripários se transformaram em uma zona de guerra, onde estamos constantemente na linha de fogo. A gestão municipal mantém uma estratégia errante que prejudica o cidadão e este por sua vez, explode suas insatisfações com o prefeito nas peles dos profissionais que estão no único propósito de servir à população. É preciso que seja entendido de uma vez por todas que toda a dificuldade nos postos de saúde existem também para nós, trabalhadores, e isso é culpa do prefeito que não oferta cidadania plena na capital baiana”, disse Lordello.
E continua: “Existem cerca de trezentos colegas guardas civis municipais aguardando convocação para contribuir com a cidade. São profissionais de segurança pública com treinamento e vontade de atuar em favor da cidadania. Se o prefeito convocá-los suprirá boa parte da necessidade e dará uma sensação importante de respeito ao povo. Convocar concursados, disponibilizar quantidade ideal de testes para Covid e melhorar o alcance das informações acerca da vacinação com condições de acesso a cada dia para adultos e crianças. Essas medidas já ajudariam a diminuir a insatisfação da população com o prefeito e a violência consequentemente também diminuiria contra nós que estamos defendendo a vida nas unidades de saúde”, finalizou Lordello.
Em 20 anos de serviço público já presenciei diversas situações de insatisfação e violência. Mas o nível de insatisfação da população usuária do SUS q procuram as unidades seja pra testagem seja pra vacinação chegou ao limite do insustentável. São agressões físicas, verbais muito frequentes e violentas. Não há policiamento ou segurança nas unidades. E o prefeito e secretário vão a tv nizar os acontecimentos com se vivêssemos em narnia