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Caos na fiscalização do transporte coletivo de Salvador

Os agentes de trânsito e transporte são vistos, muitas vezes, como vilões pela população de Salvador, mas poucos sabem os riscos que eles enfrentam todos os dias para trabalhar e como as atividades deles são importantes para a segurança do trânsito da cidade. Na capital baiana, a responsável por administrar os sistemas viário e hidroviário de transporte, cuidar da sinalização (sinaleiras e faixas nas vias públicas), das estações de transbordo e fiscalizar o trânsito e transporte é a Transalvador – Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador.

20130815_113132“Salvador possui mais de três milhões de habitantes, mas, mesmo assim, a Transalvador conta com poucas viaturas e as que funcionam estão sem condições de uso, colocando em risco a vida dos agentes. Os equipamentos, sistema de transporte e fiscalização, estações e até sistema de informática do órgão estão sucateados”, aponta o diretor do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps), entidade que representa a categoria, Helivaldo Alcântara. Na opinião dele, que também é agente de trânsito, é preciso um investimento muito maior por parte da gestão municipal. “A Transalvador precisa melhorar as condições de trabalho de seus funcionários, realizar concursos para convocar novos agentes. Hoje, são cerca 1300 fiscais, sendo 700 da área de trânsito e 600 de transporte, e muitos ainda estão internos. Ela deveria receber de repasse do sistema de transporte coletivo 6% do fundo de trânsito, mas hoje as empresas não repassam isso e não vejo o gestor desse órgão tomar uma posição sobre isso, de buscar junto à Justiça esse repasse, o que me causa muita estranheza e revolta”, reclama Alcântara.

É a Transalvador que fiscaliza toda a área do sistema de transporte da cidade, ou seja, os ônibus, táxis, veículos de transporte escolar, complementar e alternativo. Porém, os agentes reclamam que a fiscalização é muito precária. “Isso é pela falta de objetividade do próprio gestor da Superintendência, Fabrizzio Müller, que retirou diversos fiscais dos setores de garagem e terminais de transbordo, onde havia fiscalizações constantes, e os colocou nos corredores da cidade para ficarem só olhando o trânsito”, nomina o diretor. Os técnicos aos quais ele se refere são os que verificam, previnem e corrigem, tanto na área de fiscalização como na de manutenção, as condições dos veículos e do trabalho nas empresas de transporte municipal e nas estações de transbordo.

“A vistoria é, dentro dos setores da administração, considerada atividade essencial para o perfeito funcionamento do transporte coletivo na nossa cidade, mas, atualmente, com a limitação das atividades desses profissionais, que só estão indo para as garagens para a soltura, as empresas estão aproveitando e não estão dando a manutenção adequada a seus veículos. Isso tem causando diversos acidentes, como os últimos nas vias exclusivas. Muitos alegam que é falha é humana, mas, se formos verificar, inúmeros são por um descuido na manutenção”, citou. Alcântara ainda diz que essa situação traz graves riscos à população, pois são veículos rodando pela cidade em condições precárias, com mais de 8 anos de uso e sem a manutenção adequada. “Nas nossas cabeças fica a dúvida se essa falta de fiscalização faz parte de algum acordo feito para beneficiar as empresas de transporte público”, questionou.

Outro ponto destacado pelo diretor é a central de rádio utilizada pelos agentes. “É uma ferramenta extremamente importante na comunicação dos agentes. Antes era desativada às 00h e agora já é às 22h. Qual o motivo? Como eles irão se comunicar?”, protestou.

De acordo com o Sindicato, a Transalvador conta, atualmente, com seis viaturas durante o dia e uma a noite para fiscalizar toda a Salvador. Anteriormente, eram de 20 a 30 viaturas pra fiscalização e que atuavam em turnos, durante 24 horas.

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