O vereador e ouvidor-geral da Câmara Municipal de Salvador (CMS), Augusto Vasconcelos (PCdoB), presidiu a sessão especial “Valorização de profissionais da Psicologia e Serviço Social: Resistência e Direitos”, na quinta-feira (18), no Plenário Cosme de Farias.
Com a participação de diversas organizações representativas das categorias, professores universitários, pesquisadores, especialistas, estudantes e sindicatos, a atividade dialogou sobre a construção de estratégias que assegurem políticas públicas voltadas para valorização desses profissionais. A mesa da atividade foi composta por representantes de diversas entidades de classe e pelas deputadas Alice Portugal e Olívia Santana (PCdoB). A diretoria do Sindseps participou com os diretores Bruno Carianha e Lília Cordeiro.
O encontro abordou os fortes impactos sociais e também a elevação do adoecimento mental ocasionados pela grave crise econômica que o Brasil enfrenta, reforçando a importância da atuação das assistentes sociais e psicólogas na vida de cada cidadão, principalmente, em um contexto de crise econômica e social.
Também na condição de presidente da Comissão do Trabalho, Emprego e Renda, Augusto ressaltou a necessidade de valorizar esses profissionais. “São categorias majoritariamente femininas e a gente precisa valorizar, garantir jornada de trabalho digna, assegurar melhores condições de trabalho. Na Ouvidoria da Câmara temos recebido diversas denúncias de condições precárias nas unidades psicossociais da Prefeitura”, disse ele.
A psicóloga e professora titular da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde na PUC-SP, Ana Bock, destacou a necessidade de assegurar a presença de assistentes sociais e psicólogas na educação.
“A Psicologia, ao lado da Assistência Social, tem condição de acolher, pensar junto com os professores como se resolve essa questão e sai desse cenário considerando a sua complexidade”, destacou Ana.
A idealizadora do Coletivo Movimenta Psi e psicóloga clínica e organizacional, Juliete Barreto, enfatizou a importância da construção de estratégias para o enfrentamento contra o desmonte e retrocesso vivenciado pela categoria.
“Estamos enfrentando grandes retrocessos em nosso país, em nossa capital. A política de assistência de Salvador tem matado a sociedade e estamos enfrentando uma necropolítica municipal. Estamos sangrando com essa política e gestão municipal, com essa desvalorização de direitos humanos”, denunciou ela.
Diversos participantes da sessão reconheceram a importância de aprovar os projetos propostos pelo vereador Augusto, dentre eles o projeto de indicação que prevê a presença de psicólogas e assistentes sociais na educação do município. Visando o cumprimento da lei federal, a proposição que exige a jornada de 30 horas para as duas categorias e o piso salarial que garanta condições dignas de sobrevivência para estas profissões.
Representando o Conselho Regional de Serviço Social, Gláucia Rose dos Santos Tavares destacou a atuação desses profissionais bem como a construção de políticas públicas que os valorizem.
“Eu desafio aqui alguém a falar que nunca precisou de um assistente social. Nós salvamos vidas! Os psicólogos e assistentes sociais da Prefeitura de Salvador estão morrendo de fome, morrendo porque não tem condições de trabalho, morrendo de síndrome de Burnout”, disse.