Uma situação recorrente tem causado indignação nos trabalhadores e trabalhadoras da saúde pública municipal de Salvador. Além de negar o direito às férias e licenças para quem atua na linha de frente desde o início da pandemia, a Prefeitura de Salvador não cumpre o devido pagamento das horas extras decorrentes por jornada excedente aos profissionais que estão garantindo a vacinação na capital baiana.
Prejudicados de forma abusiva, trabalhadores e trabalhadoras que estão atuando na vacinação contra a covid-19 sofrem sem poder gozar férias e o pagamento correto das horas extras trabalhadas. De forma contudente, coordenadores assediam colegas a permanecerem nas jornadas estendidas de vacinação diante da estratégia com intuito publicitário promovida pela Prefeitura de Salvador.
Outro aspecto considerado prejudicial tem sido o pagamento em desconformidade das horas extras trabalhadas durante a vacinação. Os colegas questionam que estão percebendo valores menores que aqueles devidos pela jornada extraordinária. “As denúncias apontam que os parâmetros utilizados pela gestão municipal para calcular as horas extras são totalmente opostos aos utilizados para descontos, por exemplo. Os contracheques com horas extras mostram que a Prefeitura paga sempre a menor que o realmente devido”, afirmou o diretor do Sindseps, Bruno Carianha.
Enfrentando a frieza sistêmica da Secretaria Municipal de Gestão (Semge) e o descompasso na estratégia vacinal da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), os trabalhadores e trabalhadoras sofrem consequências financeiras e fragilidades na saúde. “Os colegas estão adoecendo sem poder tirar férias ou licenças. Vivemos no pronto apoio aos chamados urgentes e determinações para estender a jornada quando a Secretaria de Saúde faz suas experiências diárias com o processo de vacinação. Somos nós que atuamos com profissionalismo para garantir os mutirões e corujões midiáticos do prefeito. Enquanto isso, a Semge e a Secretaria de Saúde fazem malabarismos sistêmicos para pagar menos que o devido aos colegas ou proibi-los de tirar férias”, disparou Carianha.
A diretoria do Sindseps notificou à SMS e Semge para solução desta demanda mais uma vez. Diante da condição negocial inerte da Semge e da SMS, a mobilização pretende realizar atos durante a vacinação como forma de chamar atenção sobre a irresponsabilidade da Prefeitura de Salvador com os trabalhadores e trabalhadoras que atuam no maior processo de vacinação visto na história da cidade. “A Semge e a SMS apostam na pandemia para esvaziar a mobilização. Perderão, pois mostraremos à cidade quem mantém o funcionamento da vacinação e quem oprime trabalhadores da cidade”, finalizou Carianha.