Diferente do que prega a versão oficial da Prefeitura de Salvador em seus veículos de comunicação institucional, bem como das diversas plataformas de informação que reproduzem o discurso vazio de argumentos e pobres de conteúdo emitido pelo chefe do Poder Executivo, a diretoria do Sindseps afirma que a manifestação realizada na manhã desta terça-feira (29) foi uma extensão da assembleia geral dos servidores municipais que teve início na frente da Secretaria Municipal de Gestão (Semge) e que seguiu até à Estação da Lapa.
Costumeiramente, a categoria faz este percurso em seus atos de protestos como forma de mostrar o repúdio à tirania do prefeito da capital baiana e sensibilizar a sociedade sobre os problemas enfrentados por estes trabalhadores no dia-a-dia para atender ao cidadão. Não houve qualquer novidade na realização desta ação no dia de hoje. A oportunidade de solicitar ao chefe do Executivo que assuma as negociações não poderia ser perdida e a ocasião se fez urgente para que essa vontade coletiva lhe fosse passada de viva-voz.
Não houve qualquer tentativa de impedir a cerimônia pública ou vandalizar o patrimônio público, ainda que a obra recém-inaugurada [Estação da Lapa] apresente imperfeições que prejudicam a sua integral utilização para quem se serve dos ônibus do transporte coletivo. Somos guardiões do patrimônio público e nunca deixamos de cumprir esta missão. Em nenhum momento, qualquer manifestante demonstrou riscos à segurança do evento e de qualquer integrante da extensa comitiva de auxiliares e simpatizantes do prefeito que se comportavam como claque animada por um “arlequim” à frente do pequeno tablado montado para agigantar a pequenez das atitudes arrogantes na direção dos servidores municipais.
Mesmo com a resistência humana montada por um aparato de segurança que blindava o séquito de apoiadores do prefeito (clique aqui), todos os servidores municipais estavam em plena harmonia, pois não houve qualquer confronto com a tropa de guardas civis municipais. Não houve animosidade na direção dos policiais militares fardados e identificados presentes. Afirmamos que não houve nenhum ação irresponsável cometida por qualquer integrante deste protesto, salientando que as atitudes perigosas que trouxeram riscos à segurança e a integridade das pessoas foram protagonizadas pelo grupo que se comportava como guarda-costas, protetores e até mesmo como carregadores do alcaide, como por exemplo, o lançamento de bombas de gás que causaram desconfortos nos servidores, profissionais de imprensa, trabalhadores da estação, transeuntes e até mesmo, na caravana de seguidores do político.
Como se fosse um soberano de republiqueta, o prefeito foi carregado no colo para ser levado ao carro que lhe transportaria em uma patética cena digna de comédia pastelão (clique aqui). A nossa cidade não poderia ter essa lamentável imagem no dia de seu aniversário de 467 anos. Uma capital que já foi o centro político do país não merecia ser vilipendiada pelo dantesco episódio misto de prepotência e gosto pela subserviência encarnado no código genético de políticos que não perdem tal referência pessoal.
Reafirmamos: os servidores municipais querem a negociação com avanços reais e não apenas com outros prazos que costumam não ser cumpridos pela gestão. Desejamos que tenhamos a valorização pelo nosso trabalho. Repudiamos as ameaças do prefeito e de maneira absoluta, dizemos não temê-las em nenhum momento. Somos guardiões da cidadania e não causamos qualquer prejuízo no patrimônio público e mesmo que os factoides emitidos pela assessoria da Prefeitura tentem nos culpar pelos excessos cometidos pelos prepostos do chefe do Executivo, continuamos firmes na defesa de nossas crenças e dos nossos direitos como servidores municipais.
Não participamos de qualquer embate político-partidário como a falta de argumento da gestão tenta sem sucesso fazer a sociedade acreditar. Congregamos todos os tipos de servidores com suas preferências dentre as legendas, até mesmo eleitores do prefeito. A nossa luta é por direitos trabalhistas e por melhores condições de trabalho. Não utilizamos nossos atos para endeusar este ou aquele político, como foi claramente demonstrado durante um evento institucional de natureza pública pelo chefe do Executivo e por sua comitiva de auxiliares pagos com dinheiro público que proferiam discursos e palavras de ordem contra partidos e outros políticos conforme aponta a notas publicadas na imprensa local (clique aqui).
Permaneceremos na luta e a grandeza destas palavras em seu conjunto refletem a opinião dos servidores municipais de Salvador.
Diretoria Colegiada do Sindseps
Todo meu apoio e respeito à essa categoria!
À essa luta! À esse povo cansado de ser ignorado pelo executivo.