“Foi uma covardia contra a vida dos trabalhadores e usuários da unidade de saúde, além de uma afronta à cidade. A falta de capacidade da Prefeitura de Salvador em garantir a segurança nas unidades de saúde tornou esses ambientes altamente vulneráveis e suscetíveis para as ações marginais”. Com essa declaração, o coordenador geral do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador [Sindseps], Marcelo Rocha comentou o episódio ocorrido na tarde dessa segunda-feira [10], no bairro de Santa Cruz, onde bandidos armados fizeram cerca de quinze servidores municipais como reféns após fugirem de abordagem policial.
De acordo com o sindicalista, a diretoria do sindicato sempre aponta essa vulnerabilidade das unidades de saúde como situação a ser resolvida. “Todos os anos em nossas campanhas salariais, a segurança das unidades de saúde é item da pauta de reivindicações. O prefeito e seus secretários não conseguem equacionar essa situação. Preferem o argumento político de que o governo do estado retirou os policiais e não realizam concursos públicos para a Guarda Municipal, por exemplo, para assim aumentar o efetivo e poder atender esses equipamentos públicos. Os postos de saúde são portas abertas para toda e qualquer ação. Nossos colegas vivem aterrorizados”, apontou Rocha.
E continua: “Nesse ano tivemos várias ocorrências nas diversas modalidades de crimes nas unidades de saúde. Tiroteio e cárcere privado como dessa segunda-feira na Santa Cruz já aconteceu também em Brotas. Furtos de equipamentos e medicamentos; assaltos violentos; agressões físicas e assassinatos foram algumas das situações vivenciadas pelos nossos colegas dentro das unidades. Tudo isso porque os criminosos sabem que os postos são abertos, sem triagens e nenhuma segurança física ou predial. Cabe ao prefeito também responder por essa situação e até antecipo que seu principal argumento para isso será querer desqualificar a denúncia como oportunista. Isso não se afirmará como verdade, pois os fatos comprovam e nossa ação em defesa dos trabalhadores está provada nas pautas que protocolamos todos os anos na Prefeitura”, finalizou.