Cinco meses foram passados e nenhuma medida foi tomada para reparar a péssima estrutura da Unidade de Saúde da Família – USF Professora Isabel da Silva, na Gamboa, no centro da capital baiana. A denúncia feita pela direção do Sindicato dos Servidores da Prefeitura do Salvador (Sindseps) parece não ter sensibilizado a gestão da saúde pública municipal. A falta de providências tem causado ainda mais estragos ao longo deste período de inércia.
Lixo e entulho acumulados fazem parte do cenário dentro e fora da unidade de saúde. A contaminação dos ambientes é visível e a estrutura do prédio continua prejudicada pelos pequenos desabamentos no teto. Pacientes e profissionais correm sérios riscos de ferimentos durante os atendimentos que continuam a serem feitos na precariedade das salas ainda disponíveis.
Outro inconveniente tem sido a falta de água para consumo humano na unidade, além da contaminação da água de uso geral por dejetos no reservatório. Banheiros estão interditados, bebedouros com defeitos, salas sem trancas, consultórios e equipamentos médicos depreciados e o pior: medicamentos estão armazenados no chão como forma de evitar a umidade das paredes com infiltrações.
O coordenador geral do Sindseps, Everaldo Braga visitou a unidade e constatou que nada foi feito para diminuir o caos denunciado no dia 28 de agosto de 2015. Para o sindicalista, não há condições mínimas para a continuação do atendimento no local. “A USF da Gamboa não pode funcionar enquanto esse cenário macabro continuar. A contaminação está por todos os ambientes deste imóvel. Aqui cuidamos de pessoas e trabalhamos nos cuidados com a saúde. A situação está insustentável e quem transita nesta unidade de saúde corre grave risco de vida”, apontou Braga.
A direção da entidade afirma que tomará novas providências para responsabilizar a gestão da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) pela falta de condições de atendimento na USF da Gamboa. “Estamos mobilizando os profissionais desta unidade para defender a reforma deste espaço necessário à população. Oficiaremos ao Ministério Público como sempre fazemos para que o prefeito ou o secretário municipal de saúde sejam responsabilizados por quaisquer danos à integridade física de usuários e profissionais. Outra medida ainda mais razoável parece ser a suspensão do atendimento até que a situação lamentável seja sanada”, concluiu.