“Sem saúde mental não há saúde pública”. A frase que mais parece um clichê é repetida como um mantra pelo profissional de saúde e coordenador geral do Sindseps, Everaldo Braga. Empenhado em defender direitos dos trabalhadores e usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) da capital baiana, o sindicalista esteve acompanhado dos diretores do sindicato, no CAPS II do distrito sanitário da Liberdade.
O fato da unidade funcionar em um imóvel projetado para ser residencial não é o principal problema enfrentado no CAPS. Além de não reunir condições estruturais para atendimento aos usuários, ainda sobram reclamações sobre a oferta de especialistas, terapeutas e o mais indispensável para o tratamento: medicamentos.
A mobilização iniciada pela diretoria do Sindseps junto com profissionais, usuários e familiares rendeu a decisão de paralisar os serviços na unidade caso a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) não tomasse providências frente aos problemas apresentados. Uma assembleia programada para esta segunda-feira (18) era o grito de repúdio e pedido de socorro daqueles que convivem diariamente no local.
A força da mobilização rendeu frutos significativos e durante o encontro setorial, a unidade foi tomada por técnicos em edificações que vistoriavam o imóvel para identificar possíveis reparos a serem feitos. A farmácia da unidade recebeu algumas medicações em caráter de urgência e a foi feita a promessa do envio de uma especialista para atendimento aos usuários.
“A mudança de cenário que aconteceu nesta unidade é um exemplo de que é necessário lutar para combater o descaso da Prefeitura de Salvador. A defesa feita nos últimos dias não foi dos nossos salários. Aqui, estávamos dedicados a proteger os direitos dos profissionais e usuários dos serviços de saúde mental, além de seus familiares. Apesar faltar estrutura, medicamentos e outros itens básicos, sobra amor e respeito nos atendimentos feitos no CAPS Liberdade”, afirmou Braga.
Falando aos usuários e familiares, Everaldo Braga sugeriu um pacto de unidade para o desenvolvimento e avanço daquela unidade de saúde. “Protejam estes profissionais do CAPS Liberdade. Eles trabalham com empenho e dedicação para suprir carências de responsabilidade da administração municipal. Garantam o respeito e o carinho para os trabalhadores, pois eles são seus principais parceiros e defensores corajosos da saúde mental em Salvador”, pontuou o dirigente que esteve acompanhado dos diretores Josué Santana e Edna Maria.
Nos CAPS’s são oferecidos cuidados diários por meio de multi-equipes com profissionais especializados em saúde mental como psicólogos e psiquiatras, além de enfermeiros, assistentes sociais e farmacêuticos.