A estrutura militarizada nas estruturas de segurança pública é uma herança do século 19, segundo o sociólogo Luís Flávio Sapori, ex-secretário da Defesa Social de Minas Gerais e hoje professor da PUC-MG. Segundo ele, na medida em que a República se consolidava com autonomia das províncias e relativa falta de poder da União, os governos regionais organizavam as forças públicas, mais parecidas com exércitos do que com polícias.
No artigo “Militarismo” (2002), o autor Jorge da Silva – Doutor em Ciências Sociais pela UERJ. Serviu antes à Polícia Militar, corporação em que exerceu o cargo de chefe do Estado-Maior Geral. Foi também secretário de Estado de Direitos Humanos/RJ – define o termo como “o poder de um Estado tem primazia na formulação e condução das políticas públicas, do que resulta a preponderância dos militares em relação aos civis ou a sua forte influência na tomada de decisões”.
O militarismo está contaminando a estrutura administrativa da Guarda Civil Municipal de Salvador (GCMS). As definições apresentadas pelos autores estão dominando o processo decisório na instituição. A estrutura gerencial prefere dobrar joelhos aos caprichos da caserna e oprimir os integrantes da nossa corporação.
A direção do nosso sindicato repudia a tentativa de militarizar a GCMS e doutrinar a Família Azul Marinho e conclama aos servidores municipais para reagir contra as tentativas de nos submeter ao arcaico espírito militar que ronda as dependências da gestão da Guarda Municipal desde a sua criação.
Não podemos deixar que confundam ética, respeito e responsabilidade com os valores deturpados que tentam impregnar no funcionamento da GCMS. Chegamos no momento de desfazermos as estruturas subservientes ao militarismo e seus conceitos autoritários e conservadores. Vamos dedicar nossas forças para afirmar que a nossa instituição é séria e não servirá mais para repouso e frustrações de insígnias militares.
Na próxima terça-feira (03), às 08h, na sede da nossa corporação, na Avenida San Martin, vamos nos reunir em assembleia para apresentar nossa decisão em relação ao Regime Disciplinar da GCMS. Sua participação é fundamental para reforçar a intenção coletiva contra o documento copiado de estruturas militares e que favorece o assédio moral e a perseguição contra os guardas municipais, ferindo direitos e fomentando punições absurdas.
DIGA NÃO AO MILITARISMO NA GCMS!