Embora represente a causa de morte de aproximadamente um milhão de pessoas no mundo por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é tratado como tabu e ainda não tem sido discutido na forma de fenômeno social e psiquiátrico.
O suicídio é a sexta maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil. De 2011 a 2017 foram registradas 80,3 mil mortes por suicídios no país, a maior parte nas regiões Sudeste e Sul. Intoxicação por agrotóxicos, enforcamento e armas de fogo são os meios mais utilizados. A média é de 11,5 mil casos por ano. Em 2017, esse número subiu para 13 mil.
Por conta desse cenário e após dezenas de atendimentos na Clínica do Trabalho – serviço de atendimento em Psicologia mantido pelo Sindseps – e pela detecção de recorrentes casos de depressão e síndrome do pânico entre colegas servidores municipais, a diretoria do sindicato promoveu em parceria com o Instituto Reparação, uma Roda de Conversa com o tema “Suícidio e suas Nuances”. A ação contou com a participação do psicólogo e guarda civil municipal Tony Lacerda; a psicóloga Tânia Duplat e o sociólogo Ailton Ferreira. A atividade aconteceu na quinta (26).
Comentando sobre o tema, a diretora Edna Maria falou sobre a necessidade de entender as diversas situações que podem levar ao suicídio. “É preciso compreender que não há uma razão única para que alguém comete este tipo de ato declarou. São fatores agravantes que levam ao isolamento social. Pode ser desemprego, dívidas, desesperança no futuro, pessimismo, separações amorosas, dependência química e acesso a armas de fogo, enfim, tudo isso potencializa o suicídio”, disse Edna.
A diretora do Sindseps, Iana Melo falou que escutar a pessoa, se comportar como um “pronto-socorro emocional”, sigiloso e sem qualquer indício de julgamento é o que muitas vezes consegue aplacar a angústia de quem está pensando em se matar. “Acolher, ouvir, amparar, conversar, verdadeiramente entender a pessoa e servir como amparo imediato, além de buscar atendimento profissionais na busca por melhorar a saúde física e mental”, apontou Iana.
O Centro de Valorização à Vida (CVV) é uma organização especializada no apoio neste tipo de situação. A ligação para o número 188 agora também é gratuita. Além do telefone, o serviço voluntário também atende por chat, e-mail e pessoalmente.