O asfalto quente da orla marítima de Salvador sentiu a firmeza dos passos dos anjos do mar, na manhã deste domingo (04). A tropa de bravos guerreiros caminhou com dignidade e respeito à população, em mais um ato promovido pelo Sindicato dos Servidores da Prefeitura do Salvador (Sindseps) e Associação Baiana de Salvamento Aquático (Abasa).
A caminhada começou na sede da Coordenadoria de Salvamento Aquático (Salvamar), quando cerca de 100 agentes de salvamento aquático mostraram aos motoristas e transeuntes, a verdadeira face da gestão malvada dos jetons.
A previsão de um dia chuvoso foi vencida pelo brilho da passeata dos salva-vidas. De Patamares até Piatã, o protesto foi saudado por quem passava. Buzinas e acenos legitimavam a ação dos trabalhadores e trabalhadoras, que também trouxeram suas famílias para engrossar o coro contra a tirania.
Alertando para o perigo das correntes marítimas e sempre atentos ao cenário no entorno, os salva-vidas mostraram o repúdio ao coronelismo disfarçado de “práticas de gestão”, que move a administração municipal. Mesmo indignados com esse formato que tenta minar as forças do servidor, esses profissionais não descuidavam da proteção à vida durante o trajeto.
Os cânticos entoados em forma de paródia conduziam a manifestação, que tinha momentos de emoção, quando os salva-vidas cantavam o hino da categoria. “Homem ao mar, Salvamar! Resgate no mar, Salvamar!” era o brado mais forte na voz dos protetores das praias soteropolitanas.
“A nossa categoria não suporta mais o descaso desta gestão. Somos homens e mulheres de honra. Esse protesto pretende cobrar melhores condições de trabalho. Isso significa ter estrutura suficiente para desempenhar nossas atividades no mar e em terra firme, além disso, quer dizer também que a valorização financeira é devida. O Plano de Cargos e Vencimentos não contempla esse anseio dos salva-vidas”, declarou o diretor do Sindseps, Pedro Barreto.
A tabela de cargos e vencimentos do Plano de Cargos apresentada pela gestão, não teve a aprovação dos servidores municipais, que permanecem em greve por tempo indeterminado. A intenção da categoria é avançar nas negociações com a gestão, após a apresentação de uma contra-proposta feita pelo Sindseps.
“Mesmo em um domingo, nossa mobilização tomou as ruas da cidade. Tivemos a sensibilidade e simpatia da população mais uma vez. Estaremos na Semge, na segunda e na terça-feira, junto com as demais categorias, para exigir que a Prefeitura amplie o diálogo. Não aceitaremos as decisões unilaterais, pois defendemos milhares de servidores municipais, que aguardam ansiosos por mudanças, que valorizem o presente e protejam o futuro”, disse o diretor do Sindseps, Geraldo Costa.
Os servidores municipais realizarão mais atos em frente à Secretaria Municipal de Gestão (Semge). A mobilização pelo PCV acontece nas tardes de segunda-feira (05) e terça-feira (06). A “Mobilização da União” reúne trabalhadores e trabalhadoras de todas as categorias do serviço público nos dois dias.