Uma verdadeira casa de pombo arrumada. Talvez seja isso que tenha se transformado, a unidade de saúde do bairro da Santa Cruz, na capital baiana.
A comunidade local resolveu apoiar a paralisação das atividades da unidade, na manhã desta terça-feira (25). A infestação de pombos tem sido um grave problema enfrentado por funcionários e pacientes.
A denúncia comprovada pela diretoria do Sindseps mostram instalações físicas sujas por fezes e penugens das aves, além de muito lixo na entrada da unidade de saúde. O risco de contaminação da água é vísivel, pois os pombos pousam próximos à caixa d’água.
Os usuários da unidade exigiam que a Vigilância Sanitária interditasse o local, por conta do risco de contaminação e proliferação de doenças, tais como toxoplasmose (zoonose), salmonelose (bactérias do gênero salmonela), psitacose (dor de cabeça, calafrio e pulso lento) e criptococose (micose na pele, os sintomas são confundidos com o da meningite). Também no aspecto do ambiente, as fezes dos pombos – devido a alta acidez – causaram danos e entupimento de calhas.
Por conta da manifestação dos funcionários e populares, um serviço emergencial de limpeza foi iniciado. Um agravante na situação foi observado, pois os profissionais que estavam realizando o serviço não estavam portando equipamentos de proteção individual específicos para a ação de dedetização.
Para o diretor do Sindseps, Everaldo Braga, a situação da unidade de saúde da Santa Cruz espelha a realidade dos serviços de reforma feitos pela administração municipal na rede pública de atendimento. “A política da maquiagem urbana voltou na capital baiana. Quem se lembra do Pelourinho, agora pode recordar que ação semelhante está sendo feita para justificar a tal ‘casa arrumada’. Afirmam que uma reforma foi finalizada aqui e o que enxergamos é um pombal foi favorecido, enquanto pacientes e usuários sofrem com esse potencial de contaminação”, disse Braga.
“Vamos continuar fiscalizando a situação das unidades de saúde, pois temos a certeza de que as inaugurações das reformas apenas servem a um propósito político. Se essa situação não for sanada, vamos realizar novos atos junto com trabalhadores e usuários. A paralisação dos serviços servirá para proteger a comunidade do risco de contaminação”, concluiu Everaldo.