A tragédia que poderia ter acontecido na última segunda-feira (20), na Ilha de Maré tem contornos de alerta para o reforço do efetivo de salvamento aquático pela Prefeitura de Salvador, no limites geográficos sob a responsabilidade do Município. A atitude do colega SV Agripino presente no local foi indispensável para chamar atenção dos passageiros, barqueiros e moradores da Praia das Neves diante dos perigos do mar com o tempo instável.
“Avisei a ele [barqueiro] sobre a quantidade de pessoas, que não daria para ele levar, mas mesmo assim ele saiu da Praia das Neves, na ilha, para São Tomé, no Subúrbio. No meio do caminho aconteceu o que previa-se, o afundamento e virada da embarcação”, disse o salva-vidas Agripino à uma emissora de tevê local. Após o ocorrido no mar, o colega ajudou no resgate das vítimas.
O alerta apontado segue na direção da maior necessidade de fiscalização da atividade de transporte marítimo e a adequação do efetivo do salvamento aquático nas praias do Subúrbio Ferroviários e ilhas do continente que pertencem ao Município de Salvador. Quem faz essa denúncia é o diretor do Sindseps, Pedro Barretto. Segundo ele, por vários anos, os trabalhadores reclamam a falta de pessoal para atuar nas ilhas e o aumento do risco à vida nos barcos, canoas e lanchas que fazem o translado de passageiros nessas localidades.
“A população do Subúrbio não tem a proteção do salvamento aquático disponibilizado pelo Poder Público Municipal. Toda a faixa de orla e as ilhas estão desprovidas porque não há efetivo para essa cobertura. Além disso, a falta de vontade política aumenta o perigo. A tragédia que foi evitada pelas orientações e pelo profissionalismo ético de um colega [SV Agripino] poderia ser uma data triste da história da nossa cidade. Diante desse fato, se a Prefeitura continuar sem dispor salva-vidas, equipamentos e demais estruturas é sinal de que realmente não se importa com o povo suburbano”, disparou Barretto.