O direito de ir e vir é garantido pela legislação e qualquer cidadão brasileiro tem esta garantia. Diferente do que a gestão municipal aponta em suas notas à imprensa, todo e qualquer movimento paredista também está previsto na lei. Um impasse é criado neste momento e a coerência demonstrada por aqueles que conduzem estas mobilizações é preponderante para que não existam conflitos que impeçam que as pessoas transitem por onde desejem.
Da mesma forma, as lideranças e trabalhadores tentam convencer os colegas da importância de fortalecer a mobilização e garantir que a ação legítima da representação sindical seja eficaz e repercuta na direção dos interesses coletivos. Todo este enunciado expressa a atividade do Sindseps durante as paralisações protagonizadas pelos servidores municipais de Salvador.
Sem reconhecer este direito de protestar e lutar por melhores condições de trabalho e valorização profissional, principalmente pela sua condição de integrante de um grupo político que não tem o costume de defender aspirações coletivas, o deputado estadual Pablo Barroso (DEM) resolveu extrapolar os direitos de sua investidura política e agredir trabalhadores que protestavam na frente do prédio-sede da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no Comércio.
De maneira arrogante, agressiva e ríspido, o parlamentar que se arvora da sua amizade com o prefeito de Salvador, resolveu investir contra os servidores municipais que estavam protestando de maneira ordeira e buscavam convencer os demais colegas para fortalecer o movimento. Acompanhado por um homem não-identificado, Barroso proferiu xingamentos e ameaças na direção dos trabalhadores e sindicalistas. Em suas tentativas de adentrar na SMS, adjetivos pejorativos como “preguiçosos” e “baderneiros” foram disparados em ofensas aos manifestantes.
No saldo da grosseria e da prepotência, uma colega agente de saúde foi agredida covardemente. Uma queixa contra o agressor e seu acompanhante foi prestada na 3a. Delegacia Territorial (Bonfim), onde a denunciante aponta as barbaridades ofensivas aos direitos das mulheres que lhe foram dirigidas por um homem que deveria zelar pela integridade da pessoa humana.
Comentando o assunto, o coordenador geral do Sindseps, Everaldo Braga, demonstrou indignação em relação à postura do deputado Pablo Barroso. “Se viessem contar desta conduta vinda de um parlamentar, certamente eu não acreditaria. Mas, eu estava no local e também me senti ofendido com tanta falta de respeito. Como sindicalista, estou perplexo. Como servidor público, o sentimento é de repúdio total e como homem, sinto nojo de alguém que tenta menosprezar a condição feminina como forma de pontuar sua virilidade ou posição social”, disse Braga.
Após a lavratura do boletim de ocorrência, uma guia para exame de corpo e delito foi expedida para que a servidora Marizete Pires pudesse comprovar as consequências das agressões sofridas durante a confusão iniciada pelo deputado Pablo Barroso e seu acompanhante. O parlamentar estadual afirmava que tinha reuniões no prédio para “tratar da saúde municipal”. Cabe ressaltar que nem o titular da SMS ou outros gestores estavam no prédio para recepcionar Barroso em sua “nobre intenção” de cuidar de assuntos relacionados com a pasta.
Confira o boletim de ocorrência:
BANDO DE COVARDES!