Em uma conturbada reunião na noite de ontem (10), diretores do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps) e associações parceiras discutiram novamente com o secretário Municipal de Gestão, Alexandre Pauperio, as principais reivindicações da categoria: reajuste salarial, implantação do plano de saúde, Plano de Cargos e Vencimentos, enquadramento e reenquadramento dos agentes de saúde no plano de cargos da saúde, entre outras. A reunião não teve nenhum avanço, a categoria rejeitou em assembleia o reajuste de 2% retroativo a maio e 3,84% a partir de novembro e, por isso, a greve dos servidores municipais continua por tempo indeterminado.
Um novo encontro com a gestão municipal está marcado para esta quarta-feira (12), às 16h, quando os servidores irão levar oficialmente uma nova contraproposta que seja aprovada na assembleia a ser realizada neste mesmo dia, às 9h, no Ginásio de Esportes dos Bancários (Ladeira dos Aflitos), com caminhada até a Fonte Nova.
Na opinião da servidora Joana Angélica Santana, que atua como agente de combate à endemias, a proposta de reajuste da Prefeitura é indecente, pois para o trabalhador que paga aluguel, luz, água, tem gastos com remédio, entre outras coisas, e tem como salário-base R$ 580, o reajuste de 2% agora “não dá nem para pagar um PF – prato feito – decente!”. “O agente de saúde, assim como todos os servidores, são essenciais para o funcionamento da nossa cidade e deve ser respeitado e valorizado por todos, mas, acima de tudo pela Prefeitura, mas isto não vem acontecendo. Por isso, estou aqui junto na luta e em greve!”, destacou Joana.
“Pauperio afirmou que a Prefeitura não tem condições de dar um reajuste que cubra a inflação e, muito menos, com ganho real. Um absurdo! Se amanhã, na assembleia, a maioria dos servidores aprovar, vamos propor um reajuste de, pelo menos, 6,5% retroativo a maio e 4,5% a partir de novembro, para já entrarem no 13º, pois sem ganho real nós não ficaremos de jeito nenhum. Nos dar o valor da inflação é apenas repor as perdas, não é só isso que buscamos, queremos ganho real. O secretário disse ainda que o valor que estamos buscando é impossível. Então, estamos em um impasse e, portanto, a greve continua por tempo indeterminado até chegarmos a uma solução que seja boa para ambas as partes”, garantiu o diretor do Sindseps, Helivaldo Alcântara.
Segundo o diretor, todos precisam comparecer à assembleia desta quarta-feira (12), para “pressionarmos por um reajuste digno e o atendimento à nossa pauta de reivindicações. Todos têm que se unir para fortalecer ainda mais a luta, pois buscamos melhorias para todos e não somente por categorias”.